Os
problemas de leitura e escrita, geralmente são
percebidos somente no período de alfabetização.
Assim que identificados, os pais ou os responsáveis
devem procurar orientações de um profissional
habilitado para que medidas adequadas sejam tomadas.
Os principais problemas são:
1
- Dislexia.
Dificuldades
situadas fundamentalmente nos processos mais básicos
da leitura, isto é, no reconhecimento das palavras;
atuando somente em uma das vias ou mecanismos
utilizados para a leitura. Por exemplo, somente
se o texto evoca um contexto familiar, podem atingir
uma compreensão aceitável do mesmo. As causas
podem ser: orgânica, psicológica, pedagógica,
sócio-culturais, entre outras.
2
- Disgrafia.
É
a dificuldade em passar para a escrita o estímulo
visual da palavra impressa. Caracteriza-se pelo
lento traçado das letras, que em geral são ilegíveis.
A criança disgráfica não possui deficiência visual
nem motora, e tampouco qualquer comprometimento
intelectual ou neurológico. No entanto, não consegue
idealizar no plano motor o que captou no plano
visual. Exemplos: apresentação desordenada do
texto; margens malfeitas ou inexistentes; espaço
irregular entre as palavras e linhas; traçado
de má qualidade; distorção de letras; separações
inadequadas de letras; direção da escrita oscilando
para cima ou para baixo, em suma uma má apresentação
do texto escrito .
3
- Disortografia.
Incapacidade
de transcrever corretamente a linguagem oral,
pode haver trocas ortográficas e confusão de letras.
Essa dificuldade não implica a diminuição da qualidade
do traçado das letras. Essas trocas ortográficas
são normais nas primeiras séries do primeiro grau,
porque a relação entre a palavra impressa e os
sons ainda não está totalmente dominada. Os principais
erros que uma criança com disortografia costuma
apresentar são:
- Confusão de letras (trocas auditivas):
- consoantes surdas por sonoras: f/v, p/b,
ch/j;
- vogais
nasais por orais: an/a, en/e, in/i, on/o,
un/u;
- Confusão
de sílabas com tonicidade semelhante: cantarão/cantaram
- Confusão
de letras (trocas visuais):
- simétricas:
b/d, p/q;
- semelhantes:
e/a, b/h, f/t;
- Confusão
de palavras com configurações semelhantes (copia
pedreiro em lugar de padeiro).
- Uso
de palavras com um mesmo som para várias letras:
casa/caza/, azar/asar, exame/ezame.
Considerando
que ler eqüivale a reconhecer os símbolos escritos,
podemos apresentar alguns componentes básicos
envolvidos na primeira dimensão da leitura:
a. léxico interno ou léxicon.
Estrutura
mental na qual residem nossos conhecimentos sobre
o significado das palavras.
Pode
ser concebido como um dicionário mental, com verbetes
para cada uma das palavras conhecidas, em que
figura o significado geral da palavra, bem como
informação sobre sua categoria sintática e sua
fonologia..
b.
detectores de palavras ou logogens.
Possuem
a informação sobre os traços característicos e
invariáveis da forma de cada palavra contida em
nosso léxico. Independentemente da variabilidade
na tipografia e tamanho da escrita, precisamos
somente de um único detector para cada palavra,
que deve reunir os traços que sempre devem estar
presentes e que são suficientes para distinguir
uma palavra de outra, por mais parecidas que sejam
Contamos
com diferentes detectores para a modalidade oral
e escrita de cada palavra, o que corresponde à
experiência comum de que o vocabulário visual
e o oral não coincidem, de maneira que a expressão
escrita das palavras que conhecemos nem sempre
nos é familiar.
A
ligação entre características do estímulo (palavra
escrita) e um determinado logogen, abre ou ativa
a entrada lexical correspondente. Isto pode ser
realizado por meio de duas vias:
- -
Via lexical: emparelhar a palavra impressa com
alguma representação interna (logogen). Desta
forma quando a palavra escrita aparece diante
de nossos olhos, extraímos dela seus traços
característicos e os comparamos com os logogens
que possuam alguns de seus traços. Aquele que
se aproxima mais "ganha" e ativa a entrada lexical
correspondente.
- -
Via fonológica: pressupõe a mediação da própria
linguagem oral para obter o significado. Consiste
em traduzir os símbolos gráficos, já analisados
perceptivelmente, em fonemas. Tanto os problemas
de escrita como de leitura podem ser superados
com a intervenção adequada de um profissional,
o qual poderá orientar a família e educadores
para que os melhores procedimentos sejam adotados.
(Terceira
parte do texto de Educação Especial).
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