Edições Antigas >> Edição n° 3 >> Matérias >> Ciências - Recursos de Energia

Poderíamos ter orgulho de nossas conquistas por terra, água, ar e espaço se, para todo o progresso decorrente, não estivéssemos pagando um preço elevado. Estamos exaurindo os recursos naturais de que dispomos na mesma proporção em que nos multiplicamos: em poucas décadas, somos quase seis bilhões de seres humanos em todo o planeta Terra.

Para sustentar essa progressão, retiramos a energia necessária da terra, da água e do ar, transformando o nosso meio ambiente e deixando um rastro de exploração predatória e detritos. Danos à natureza que não somos capazes de recuperar e, como consequência, estamos tornando o nosso planeta um ambiente impróprio para a nossa sobrevivência.

Os processos de combustão são hoje os mais utilizados como provedores da energia que necessitamos. Há milhares de anos consumimos combustíveis de várias fontes naturais para sobrevivermos e, mais recentemente, para podermos acionar as máquinas e os motores de nossas indústrias.

Muito pouco ouvimos dizer sobre outros processos de produção de energia senão o de combustão. Fala-se apenas da sofisticação deste mesmo processo. Basta olharmos para a indústria automobilística, que tem sofisticado cada vez mais os motores, sempre a combustão.

Mesmo as tentativas não poluentes, como o motor a gás natural, óleo vegetal ou a hidrogênio baseiam-se no processo de combustão.

A energia elétrica poderia ser a alternativa não poluente, entretanto, para produzí-la construímos hidrelétricas que comprometem o ecossistema onde são instaladas, ou usinas nucleares, cujo lixo é radioativo (sem estender o assunto sobre sua estocagem e os conseqüentes malefícios). Também com o mesmo fim, as baterias, que além de consumirem metais, depois de utilizadas produzem um lixo altamente agressivo à natureza.

Até hoje não desenvolvemos um processo de produção de energia acessível a todos e que não comprometa nossos recursos naturais. Os estudos de Nikola Tesla, que concebeu um processo original para a transmissão de energia elétrica sem fio por volta dos anos de 1898, são um hiato na história. Desde então, não se pronuncia qualquer avanço neste processo, o que reflete uma certa acomodação frente aos fatos mais desconsoladores de nossa vida no planeta (derramamentos de petróleo nos mares, chuva ácida, etc). Uma verdadeira ironia de nossa existência: para sermos cada vez em maior número, estamos pondo em risco a nossa sobrevivência num futuro fragilizado.

Carlos Guidi
Consulte site Museu Tesla