Desde
os primórdios da neurologia o cérebro tem sido
objeto de questionamentos os mais variados, sendo
que, dentre os principais, dois merecem atenção
em face do que aqui estarei expondo.
Em
primeiro lugar, como é possível um pacote de células
(o cérebro não deixa de sê-lo), ainda que agrupadas
e organizadas, tanto funcional como estruturalmente,
gerar, como fruto de sua atividade a consciência,
os pensamentos e as emoções?
Em
segundo lugar, um grande pesquisador da área,
Penfield, em seus estudos de mapeamento das funções
cerebrais, feitos em pacientes submetidos a neurocirurgias
onde o cérebro ficava totalmente exposto, observou
que, no cérebro, não havia receptores para a dor,
o que significaria, conforme postula o conhecimento
científico atual, que não poderíamos sentir nossos
próprios cérebros. Seria isto verdade? Estaríamos,
então, impossibilitados, enquanto consciências,
de modificar os padrões de atividade, ativar áreas
e expandir capacidades de nossos cérebros? Com
certeza, não !!!
O
que aqui apresento são técnicas até muito recentemente
só disponíveis no âmbito da ficção científica,
e que estão cada vez mais presentes em nossa realidade
diária. A ginástica cerebral é um trabalho revolucionário
uma vez que rompe com alguns pressupostos científicos
atuais e traz à luz novos e, para dizer o mínimo,
fantásticos conhecimentos e descobertas a respeito
do cérebro e de nós mesmos.
Um
exemplo disso é o fato de que o cérebro possui
um outro sistema, diferentemente dos receptores
presentes em todo o resto do corpo, para registro
e percepção de si mesmo. Assim, apesar da inexistência
de receptores para dor no cérebro, uma vez que
se inicie a concentração de atividade em uma determinada
área cerebral, os neurônios (as unidades de funcionamento
do cérebro) passam a registrar a intensificação
do campo eletro-magnético que toda a região ativada
passa a produzir, e a percepção que se tem, então,
é de acúmulo de energia naquela região. Este é
o modo como o cérebro percebe a si mesmo, pela
produção de um tipo especial de atividade que
nada mais é do que a elevação do padrão de ativação
das áreas elevadas do cérebro a níveis para além
daqueles normalmente produzidos em sua atividade
cotidiana.
Outro
exemplo é que ao efetivarmos a produção destes
padrões diferenciados e potencializados de atividade,
passamos a produzir mudanças funcionais no cérebro,
um trabalho que, à partir deste momento, depende
de "exercícios" específicos, realizados "com"
e "pelo" próprio cérebro. Tudo isso para produzir
a expansão dos níveis de consciência do praticante
e permitir a abertura de janelas para a mudança,
além de benefícios secundários como melhora de
funções cognitivas como a memória, e até mesmo
a possibilidade de reversão, do processo de envelhecimento
cerebral e produção de novos neurônios, como recentemente
se verificou em estudos realizados em cobaias
nos EUA. A produção de novos neurônios quebra
um dos postulados mais antigos nas ciências do
cérebro, que é o de que o tecido nervoso, principalmente
no cérebro, não teria capacidade regenerativa,
ficando o ser humano limitado ao número e à disponibilidade
funcional existente ao longo de sua vida, de neurônios
presentes quando de seu nascimento.
O
que é mais grave neste pensamento, é o fato de
que, pelo fato de perdermos uma quantidade determinada
de neurônios por dia (aproximadamente 100 mil
deles todos os dias) teríamos, necessariamente,
uma limitação de nossas possibilidades de longevidade,
uma vez que, a longo prazo, os neurônios remanescentes
seriam insuficientes para dar conta das atividades
mais básicas de nossa vida cotidiana.
Tudo
isso começa, agora, a ruir, e começamos a descobrir
um novo mundo de possibilidades e potenciais inexplorados,
tanto em nível físico quanto psíquico. Podemos
dizer que, quando começamos a praticar a técnica
que aqui apresento, passamos a nos descobrir de
fato, e a ter a possibilidade de começarmos a
acessar nossa verdadeira natureza e identidade,
o que nos capacita, pela própria experiência na
técnica a responder à primeira pergunta que coloquei
no início deste texto, isto é : seriam a consciência,
os pensamentos e as emoções fruto da atividade
cerebral ?
A
Ginástica Cerebral, é portanto, um conjunto de
técnicas avançadas e absolutamente únicas e inéditas,
em face dos conhecimentos hoje disponíveis, constituindo-se
em verdadeira contribuição ao processo de evolução
da consciência humana.
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