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Inocência é a qualidade de ver o mundo como as crianças o vêem. As crianças estão vendo as coisas pela primeira vez. Tudo é novidade e a novidade é um poderoso propulsor. Ela nos impulsiona a satisfazer os instintos naturais humanos do interesse e da curiosidade. Esses nos levam a experimentar e a descobrir. Os adultos perderam essa inocência. Eles agem como se já conhecessem tudo, tanto as coisas como as pessoas de seu convívio e com isso suas respostas aos estímulos que os rodeiam não são novas e originais, são condicionadas. Vamos dar um exemplo. Uma flor é algo que conhecemos desde a mais tenra idade. Uma criança é capaz de parar para observar uma flor, sentir seu aroma, vê-la se movimentar com a brisa, contar quantas cores ela tem, deitar ao seu lado, procurar pequenos insetos por perto e gostar dessa flor. Os adultos não conseguem mais se encantar com uma flor. Eles já a catalogaram. Eles já estão acostumados com flores.


Agora imagine uma pessoa que você conhece há um tempo e acha que sabe tudo sobre ela. Essa pessoa já te magoou muitas vezes. Neste dia vocês se encontram. Essa pessoa na noite anterior percebeu como estava agindo mal com você e decidiu melhorar o tratamento contigo. Ela vem feliz ao seu encontro, sorri e você desconfiado e para se proteger, a ataca antes dela poder te atacar novamente. Mas desta vez se houvesse inocência tudo poderia ter sido diferente. Naquele momento uma nova fase da relação poderia estar começando. Mas você não permitiu. Você nem ao menos pôde ficar sabendo que algo havia mudado. E tudo permaneceu estagnado com antes.